No seleto clube das startups valorizadas em mais de mil milhões de dólares (cerca de €880 milhões) há cinco ‘unicórnios’ e um ‘ex-unicórnio’, a Farfetch, que fez a sua oferta pública inicial em 2018, fundados por portugueses (se são empresas portuguesas, essa é outra história). É muito possível que Portugal tenha mais unicórnios em 2022, com algumas empresas a perfilarem-se para tal, como a Defined.ai (antiga DefinedCrowd) e a Unbabel. Para isso ajudaria que se mantivesse, ou aumentasse, o dinheiro aplicado por fundos de capital de risco no ecossistema europeu: em 2021 este bateu todos os recordes, ao atingir os 100 mil milhões de dólares (€88 mil milhões) investidos em startups tecnológicas do Velho Continente, segundo dados da empresa europeia de capital de risco Atomico.
Não há garantias absolutas de nada, mas a perceção é de que há maior margem agora para evitar grandes riscos. João Rendeiro corre o risco de ser extraditado para cumprir em Portugal a condenação pelos seus atos no BPP, de onde saiu em 2008, enquanto Ricardo Salgado enfrenta a justiça pelos seus atos até 2014, ano em que caiu o BES. A par do BPN, em 2008, foram os três grandes casos de banca que se tornaram casos de polícia. A supervisão, agora encabeçada pelo Banco Central Europeu, respondeu a estas situações — e a outras a nível internacional — com o apertar de regras, obrigando os candidatos a banqueiros a passar por um escrutínio mais exigente. Além disso, tem dado maior força e responsabilidade aos órgãos internos de fiscalização.