O secretário geral da Eurelectric, a associação europeia das empresas elétricas, Kristian Ruby, afirma que as metas para a transição energética de que estas empresas participam são “perfeitamente exequíveis” mas aponta como obstáculo algumas intervenções dos governos em termos regulatórios.
“Intervenções governamentais não coordenadas” são o obstáculo destacado por Ruby no caminho que as elétricas estão a fazer para responderem às necessidades da transição energética. O secretário-geral da Eureletric afirma que alguns executivos por vezes avançam com regulação até “em contradição com a lei europeia”.
Ruby considera este tipo de iniciativas prejudiciais para a indústria, preços e até para o investimento no setor. No seu entender, impõe-se uma “avaliação clara” dos impactos das medidas que se querem implementar e uma consulta aos atores da indústria. “Precisamos urgentemente da ajuda dos governos”, apela.
Estas posições foram partilhadas na intervenção “A década elétrica: desafios e oportunidades”, apresentada remotamente na conferência “Armazenamento e digitalização no setor elétrico”, organizada pela Elecpor - Associação Portuguesa das Empresas do Setor Elétrico.
Estas declarações acontecem numa altura em que a ação do Governo espanhol tem vindo a ser criticada pelo atores do setor. Espanha anunciou que vai exigir às elétricas que entreguem os ganhos adicionais que tenham colhido por conta dos preços altos no mercado grossista, ao vender energia renovável no mercado grossista ao preço da eletricidade proveniente do gás natural.