Economia

Economia portuguesa cresce 4,2% no terceiro trimestre e supera previsões dos economistas

O Produto Interno Bruto português aumentou 4,2% entre julho e setembro face ao mesmo período de 2020, indica a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística, publicada esta sexta-feira

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A economia portuguesa prosseguiu a trajetória de recuperação da crise pandémica durante o último Verão e essa recuperação foi mais forte do que antecipavam os economistas. É essa a conclusão da estimativa rápida sobre a evolução das contas nacionais no terceiro trimestre deste ano, publicada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo a autoridade estatística nacional, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,2% em termos homólogos, ou seja, face ao mesmo período de 2020, e 2,9% em cadeia, ou seja, em relação aos três meses anteriores.

A média das projeções dos economistas recolhidas esta quinta-feira pelo Expresso apontava para um crescimento do PIB no terceiro trimestre de 3,6% em termos homólogos e de 2,2% em cadeia. Números que acabaram por se revelar muito conservadores face aos dados oficiais publicados esta sexta-feira pelo INE.

Este crescimento da economia portuguesa no terceiro trimestre ficou longe dos números registados nos três meses anteriores, quando o PIB avançou 16,1% em termos homólogos. Contudo, o INE chama a atenção de que esse forte avanço do PIB no segundo trimestre deste ano tinha sido "influenciado, em grande medida, pelo forte impacto da pandemia no segundo trimestre de 2020". Recorde-se que, nessa altura, como resultado do primeiro confinamento geral do país para travar a pandemia de Covid-19, a economia portuguesa sofreu um trambolhão inédito, de 17,9%.

O que explica o crescimento do PIB no terceiro trimestre? O INE ainda não dá detalhes, que só deverão ser divulgados no final de novembro, mas já deixa pistas.

Assim, na análise da variação homóloga do PIB no terceiro trimestre o INE destaca que a dissipação parcial do efeito de base associado à forte queda da economia portuguesa na Primavera de 2020 - por causa do primeiro confinamento geral do país - "traduziu-se num contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB menor que o apurado no trimestre anterior".

Ao mesmo tempo, "o contributo da procura externa líquida foi ligeiramente mais negativo no terceiro trimestre, traduzindo um aumento das importações de bens e serviços mais acentuado que das exportações de bens e serviços".

A propósito do contributo da frente externa para a evolução da economia portuguesa, o INE chama a atenção de que "no terceiro trimestre de 2021, o deflator das exportações e, em maior grau, o deflator das importações terão registado crescimentos expressivos, sobretudo relacionados com a evolução dos preços dos produtos energéticos e das matérias-primas". Como resultado, "prolongou-se a perda nos termos de troca observada no trimestre precedente", penalizando a economia portuguesa.

Já analisando a evolução do PIB em cadeia, ou seja, em relação aos três meses anteriores, o INE destaca que se verificou "um contributo positivo da procura externa líquida". Isto quando no segundo trimestre este contributo tinha sido negativo. Aponta ainda "um contributo positivo menos intenso da procura interna no terceiro trimestre de 2021".

A autoridade estatística nacional chama a atenção que o crescimento em cadeia do PIB no terceiro trimestre "reflete a diminuição gradual das restrições impostas pela pandemia, acompanhando o aumento do ritmo de vacinação contra a Covid-19, após dois trimestres com resultados opostos: a forte redução do PIB no primeiro trimestre (-3,3%), determinada pelo confinamento geral, e um aumento de 4,4% no segundo trimestre, marcado pelo levantamento gradual das restrições à mobilidade".