O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais otimista sobre o crescimento da economia portuguesa este ano e em 2022, mas esse otimismo fica aquém do cenário traçado pelo Governo e inscrito na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022). É essa conclusão dos números para Portugal constantes no World Economic Outlook de outubro do FMI, apresentado esta terça-feira em Washington, nos Estados Unidos.
O FMI aponta agora para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português de 4,4% este ano e de 5,1% em 2022. Números que comparam com 3,9% e com 4,8%, respetivamente, no cenário traçado pela instituição em abril.
Ainda assim, a projeção do FMI é mais modesta do que a do Governo. Na proposta do OE2022, o Ministério das Finanças antecipa uma subida do PIB de 4,8% em 2021 e de 5,5% em 2022.
Quanto à zona euro, o FMI aponta para um crescimento de 5% este ano (4,6% na projeção intercalar de julho) e de 4,3% em 2022 (inalterado face a julho).
Desta forma, caso as projeções do Fundo se confirmem, Portugal vai divergir em 2021 da média dos parceiros da moeda única pelo segundo ano consecutivo. Contudo, irá retomar o processo de convergência em 2022.
Taxa de desemprego desce, mas pouco
Na análise ao mercado de trabalho, as conclusões do FMI são similares. Depois de a taxa de desemprego ter subido para 7% em 2020, o Fundo espera que a taxa de desemprego desça ligeiramente para 6,9% este ano e para 6,7% em 2022. Isto quando em abril apontava para taxas de desemprego em Portugal de 7,7% em 2021 e de 7,3% em 2022.
Contudo, mais uma vez, os números são menos otimistas do que os do Governo. O cenário macro do OE2022 antecipa que a taxa de desemprego desça para 6,8% este ano e para 6,5% em 2022.