Economia

Greve: BCP garante que "funcionou com total normalidade e sem qualquer perturbação"

O banco liderado por Miguel Maya, que faz questão de sublinhar que é sindicalizado desde 1990, não fez um balanço estatístico da greve contra os despedimentos que esta sexta-feira decorreu. Mas em nota aos trabalhadores diz que foi um dia normal.

Miguel Maya, presidente executivo do BCP
Ana Baião

Os sindicatos da banca fizeram um balanço positivo da greve que esta sexta-feira decorreu no BCP e no Santander contra os despedimentos anunciados: 62 no BCP e 210 no Santander.

Contatado ao fim da manhã, o BCP não quis comentar a adesão, mas em nota enviada aos trabalhadores a que o Expresso teve acesso, o presidente do banco, Miguel Maya, afirma que "o banco funcionou durante o dia de hoje com total normalidade e sem qualquer perturbação".

E adianta: "não vamos comentar opiniões nem fazer um balanço, como muitas vezes é habitual, situando o tema no domínio do sucesso ou insucesso da greve", mas para a comissão executiva do BCP, prossegue a nota, "o facto de se realizar uma greve no BCP, mesmo que sem qualquer expressão ou impacto, é algo que não nos orgulha".

Sindicatos e CT não são inimigos

Miguel Maya diz ainda aos trabalhadores que "os sindicatos e a Comissão de Trabalhadores não são inimigos nem sequer adversários (sou sindicalizado desde 1990 e não o deixei de ser quando assumi a responsabilidade de administrador), são organizações indispensáveis que têm por missão defender os trabalhadores e que promovem essa defesa com a perspetiva que têm do respetivo posto de observação".

"Mesmo quando discordamos em absoluto, como é o caso dos fundamentos para esta greve, merecem o nosso respeito", sublinha Miguel Maya.

E volta à carga com a justificação para os despedimentos: "a Comissão Executiva ajusta os planos em função de múltiplos fatores, entre os quais a evolução tecnológica e o respetivo impacto nos modelos de relacionamento com os clientes, e implementa a estratégia do banco a partir do conhecimento obtido de múltiplas perspetivas, pois tem a responsabilidade de ponderar diversos pontos de vista e gerir o banco na defesa dos interesses de todos os stakeholders, entre os quais os dos trabalhadores".

Na nota enviada remata: "no dia de hoje ficou uma vez mais demonstrado que os trabalhadores conhecem bem os desafios específicos do banco e do sistema financeiro e, também, o seu permanente compromisso com o futuro do Banco Comercial Português”.