A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) aprovou uma nova atualização trimestral das tarifas reguladas de eletricidade, aplicadas a mais de 900 mil famílias, que se traduzirá, já em outubro, num novo agravamento da fatura de eletricidade de mais de um euro por mês.
Segundo a ERSE, esta atualização trimestral ditará um agravamento médio de 3%, que se virá somar à atualização que já entrou em vigor em julho e que também ditou outro aumento de 3% na fatura de eletricidade das famílias hoje abastecidas no mercado regulado pela SU Eletricidade.
De acordo com as estimativas do regulador, uma família com uma potência de 3,45 kVA e um consumo anual de 1900 kWh sofrerá já a 1 de outubro um aumento da fatura mensal de 1,05 euros. Uma família com 6,9 kVA de potência e 5000 kWh por ano de consumo ficará a pagar mais 2,86 euros por mês face a setembro.
São aumentos idênticos aos de julho. O que significa que no espaço de quatro meses as famílias com tarifas reguladas terão ficado a pagar mais 2,10 euros por mês no perfil de menor consumo e mais 5,72 euros mensais no perfil de maior consumo.
Esta atualização abrange 933 mil famílias no mercado regulado. As tarifas de acesso à rede, que também se aplicam aos comercializadores do mercado livre, mantêm-se inalteradas, com os termos aprovados em dezembro de 2020 para vigorar no ano 2021.
A ERSE justifica esta atualização trimestral com o agravamento dos custos de aquisição de energia do comercializador de último recurso (CUR), espelhando a escalada dos preços grossistas.
"Face à subida continuada dos preços da energia elétrica no Mibel (mercado ibérico de eletricidade), fruto do preço muito elevado do gás natural para as centrais a ciclo combinado a gás natural e da elevada cotação das licenças de dióxido de carbono (CO2), a estimativa atualizada para o ano de 2021 aponta para um custo de aquisição do CUR de 73,24 euros por MWh, o que corresponde a um desvio de 21,21 euros por MWh, mais 41% que o valor refletido nas tarifas em vigor", explica a ERSE.
A 15 de outubro a ERSE apresentará a sua proposta tarifária a vigorar em 2022, essa já cobrindo todas as tarifas, incluindo as de acesso à rede, e com impacto na generalidade do mercado, incluindo o liberalizado.