A Comissão de Trabalhadores (CT) da Meo, do grupo Altice, prevê, tendo em conta os últimos números disponíveis, que poderão ter aceitado rescindir 206 trabalhadores, dos quais 195 na Meo e 11 na PT Contact. O processo ainda não está completamente encerrado, pelo o que pode haver mais pessoas a aceitar sair. Com a saída de mais cerca de 200 trabalhadores, a Meo, controlada pela Altice Portugal ficará com cera de 5500 trabalhadores.
A CT explica ainda que “nestes números estão incluídos os quatro trabalhadores que estão ao abrigo do Artigo 63.º do Código do Trabalho (abrangidos pela proteção em caso de despedimento de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante ou trabalhador no gozo da licença parental)”, sendo que estes colaboradores “irão aguardar parecer da CITE (Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego), que tem como data prevista" o dia 30 de novembro.
Embora a Altice não tenha ainda assumido que irá avançar para o despedimento coletivo, tudo aponta que seja essa o caminho. Se avançar será o primeiro despedimento coletivo da história da Meo, antiga Portugal Portugal Telecom. A Frente Sindical e a CT vão manifestar-se em frente à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, na próxima sexta-feira.
A Frente Sindical e a CT da Meo apelam, avança a Lusa a "que o Governo assuma com frontalidade que não concorda com os despedimentos coletivos na Meo e na PT Contact e que se a Altice Portugal insistir nesse caminho pode ficar de fora do acesso aos muitos milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que irão ser disponibilizados para o setor das telecomunicações”.
O objetivo é “conseguir que a Altice Portugal retire a intenção de despedimento coletivo” e permitir que “os trabalhadores da PT/CGA tenham a mesma proteção em caso de desemprego involuntário que os trabalhadores da empresa beneficiários da Segurança Social”. A Frente Sindical e a CT da Meo querem assim contribuir para mudanças à lei para que “no futuro os trabalhadores que pretendam impugnar o despedimento não sejam obrigados a devolver a compensação" e que "a antiguidade seja contabilizada na totalidade para cálculo da compensação (um mês de salário por cada ano de antiguidade)”.
Os representantes dos trabalhadores têm protestado contra este despedimento, tendo mesmo realizado uma greve no dia 21 de julho.