Economia

BCE reconfirma política expansionista na primeira reunião do ano

O Banco Central Europeu decidiu, na sua primeira reunião de política monetária de 2021, terminada esta quinta-feira, não mexer no quadro de taxas de referência e reconfirmou a decisão de reforço do envelope financeiro de compra de títulos decidida em dezembro

Ralph Orlowski/Getty Images

O Banco Central Europeu (BCE) sublinha, na conclusão da primeira reunião de 2021, que "reconfirma a política muito acomodativa" que tem seguido e que foi reforçada na reunião de dezembro passado, de acordo com o comunicado oficial publicado esta quinta-feira em Frankfurt.

O BCE mantém, por isso, o quadro de taxas de referência, nomeadamente a taxa de 0% para as operações de financiamento e de -0,5% na remuneração dos depósitos do sector bancário da zona euro.

Os banqueiros centrais do euro reafirmam a decisão tomada em dezembro de reforçar financeiramente o envelope do programa especial de combate aos efeitos da pandemia conhecido pela sigla inglesa PEPP, cujo teto subiu para 1,85 biliões de euros e a sua aplicação estendida até março de 2022.

No entanto, o comunicado destaca que esse envelope "não necessita de ser usado totalmente", caso as condições melhorem em função da evolução da recuperação económica. Esta possibilidade foi interpretada como uma concessão aos 'falcões' dentro do BCE, como revelaram as atas da reunião de dezembro.

De qualquer modo, o BCE clarifica que o PEPP não será desativado antes de "achar que a fase de crise do coronavirus acabou". E que a regra da flexibilidade se aplica nos dois sentidos: pode não se usar todo o envelope, como, em caso de necessidade, pode ser recalibrado para mais.

O BCE mantém, também, em 2021 a aquisição mensal de €20 mil milhões de títulos públicos e privados ao abrigo do programa mais antigo conhecido pela sigla APP lançado em 2015.

O BCE deverá comprar em 2021 mais de € 1,1 biliões em ativos ao abrigo dos dois programas, estima o economista Eric Dor, diretor de Estudos Económicos do IESEG School of Management em Lille, em França. A fatia para a dívida pública emitida pelos governos do euro deverá somar quase €1 bilião.

A estratégia de financiamento da banca da zona euro em larga medida a juros negativos, através das linhas conhecidas pela sigla inglesa TLTRO, é reafirmada. O saldo atual nestas linhas é de cerca de 1,8 biliões de euros, tendo aumentado em 2020 mais de 1,2 biliões.