Começou a contagem decrescente para o fim do contrato de concessão do serviço postal universal prestado pelos Correios. E tudo leva a crer que iremos chegar a 1 de janeiro de 2021 com as negociações ainda em aberto e sem prestador. O presidente dos Correios, João Bento, tem dito que a atual situação é insustentável e que o preço cobrado pelo correio normal (53 cêntimos) é manifestamente insuficiente face às exigências de qualidade imposta pelo regulador — a ANACOM — e à quebra acentuada das margens da empresa. O próximo contrato de concessão, defende, terá de ser feito em moldes diferentes.
João Bento vai lutar por isso, porque considera que a sobrevivência dos CTT está em causa. Como será o novo contrato, ninguém esclarece. Os Correios não querem falar sobre o tema e remetem as perguntas para o Governo, que ainda está a analisar questão. Sabe-se apenas, apurou o Expresso, que há vários cenários em aberto, desde a subida de preços acima de 1% proposto pela ANACOM, até ao alargamento dos prazos da entrega em regiões mais remotas. Os CTT têm lembrado que alguns países europeus não têm entrega todos os dias, nomeadamente nas zonas rurais, e que há uma maior flexibilidade.