Era véspera de Santo António de 2015, e, perante o governador Carlos Costa, candidato à recondução por mais cinco anos, o Partido Socialista deixou um desejo: que, antes da audição do futuro governador do Banco de Portugal, a acontecer em 2020, fosse feito um questionário escrito prévio à audição, como acontece no Banco de Inglaterra, para que fosse mais fácil perceber as metas e as prioridades do candidato a ocupar a liderança a autoridade bancária.
Cinco anos passados, quase um mês depois da véspera de Santo António de 2020, não houve qualquer questionário prévio ao candidato Mário Centeno. Houve apenas a audição. Não uma audição normal, já que teve muitas nuances e uma delas foi a do poder político dar ao poder judicial um papel sobre quem poderá ocupar o cargo de governador: a Iniciativa Liberal atirou com uma providência cautelar para impedir a nomeação de Centeno antes de ser criado um novo quadro de impedimentos e conflitos de interesse.