Não é um número fácil de decorar mas, na verdade, existem 1.295.299 empresas, 99,9% das quais são PME, isto é, micro, pequenas e médias empresas — as quais empregam menos de 250 pessoas e cujo volume de negócios anual não excede €50 milhões.
Mas mais curioso ainda é que dentro destas PME, ainda temos as microempresas, que representam 96% do total das empresas portuguesas — empresas com menos de 10 pessoas e cujo volume de negócios anual e/ou balanço total anual não excede €2 milhões.
Sábado, dia das micro, pequenas e médias empresas
Os dados foram apurados pela Pordata (da Fundação Francisco Manuel dos Santos), para assinalar precisamente o dia das micro, pequenas e médias empresas que se assinalou este sábado, 27 de junho.
Ora, aqueles números implicam outros, que, embora mais reduzidos, agrupam as designadas grandes empresas — com mais de 250 trabalhadores — que totalizam 1262, ou seja, representam menos de 1 em cada 1000 empresas registadas em Portugal.
Em 2018, as PME foram responsáveis por 60% da riqueza (valor acrescentado bruto) do país, empregavam 78% das pessoas no ativo e geraram 56% do volume de negócios total das empresas a operar em Portugal. Mais de 2/3 das empresas têm como base empresários em nome individual e trabalhadores independentes, mas é nas sociedades que se concentra a grande maioria do pessoal (77% do total).
Mais de metade dos municípios portugueses não tem empresas de grande dimensão
Lisboa e Porto são os municípios com maior número de empresas não financeiras. Há 23 empresas por cada 100 residentes em Lisboa e 19 por cada 100 no Porto. Uma em cada quatro grandes empresas está em Lisboa. Mais de metade dos 308 municípios (167) não tem grandes empresas.
A Pordata apurou ainda que quase oito em cada dez empresas encontra-se no sector dos serviços. Segue-se a indústria e a agricultura e pescas com uma empresa, respectivamente, em cada dez (12% e 10%). Contudo, a distribuição do pessoal revela que quase sete em cada dez pessoas trabalham nos serviços, cerca de três em cada dez na indústria (27%) e 5% no sector primário.
Pico do endividamento foi há oito anos
As sociedades não financeiras atingiram o pico de endividamento de 152% do PIB em 2012. O endividamento em 2018 cifra-se em 234.698 milhões euros, sendo 1/3 das grandes empresas. A contribuir mais para o endividamento estão os sectores do comércio (19%), das indústrias (18%) e da electricidade, gás e água (13%). O endividamento cresceu, entre 2008 e 2018, 49% no alojamento e restauração, 20% nas actividades de informação e comunicação e 14% na electricidade, gás e água.
Já quanto ao crédito malparado, a Pordata garante que os montantes dos empréstimos concedidos às empresas são hoje menos de metade dos valores concedidos entre 2003 e 2005. 2017 foi o ano com montantes de crédito mais baixos concedidos. Desde 2015 que mais de metade dos montantes são iguais ou inferiores a um milhão de euros. Em 2018, mais de um quinto das empresas (21%) tinham crédito malparado (menos 10 p.p que em 2014, ano com maior percentagem de empresas com crédito malparado desde 2002). Do montante dos empréstimos concedidos, 9% estava em incumprimento em 2018.