Em condições normais, o dia 25 de março teria sido de glória para Mário Centeno. Nessa manhã, o Instituto Nacional de Estatística (INE) apresentou a primeira estimativa para o saldo orçamental de 2020 e, pela primeira vez desde 1974, o valor foi positivo: 0,2% do PIB. Qualquer ministro das Finanças teria razões para celebrar com o feito, mas, apesar do apelo à confiança, o tom da conferência de imprensa de Centeno nesse dia foi precisamente o oposto: “ Neste contexto de grande indefinição face a este inimigo invisível, temos contudo algumas certezas: tudo faremos para restaurar a confiança e regressar à normalidade, outra certeza é que o país nunca esteve tão bem preparado para uma crise desta natureza", disse referindo-se à pandemia de Covid-19 e aos seus impactos na economia.
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Saídas de Centeno, entradas de Leão: como ficam as contas públicas?
A saída do ministro das Finanças há muito que estava anunciada. Sai com um excedente, o primeiro da democracia, mas com o mundo a viver uma das maiores crises da história e com o défice a disparar. A boa notícia para João Leão é que, mesmo com contenção, há margem para responder e que o BCE cobre a dívida que terá de ser colocada no mercado