Este ano tinha tudo para ser um marco histórico no que respeita à contração da dívida do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos fornecedores. Mas, entretanto, chegou a pandemia que veio baralhar as contas do Estado e que pode comprometer os planos para resolver uma situação de incumprimento crónico que se arrasta há largos anos, por culpa da suborçamentação dos hospitais do SNS. De uma situação confortável com excedente orçamental, as contas públicas estão agora a braços com uma ‘sangria’ de milhares de milhões de euros para conter os efeitos da covid-19.
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Dívida em atraso do SNS aos fornecedores está em níveis historicamente baixos (mas a covid-19 pode baralhar as contas)
Em março, os hospitais públicos reduziram de forma significativa os pagamentos das faturas em atraso e, em maio, foi aprovada uma nova injeção financeira de 166 milhões de euros. Empresas de medicamentos e de dispositivos médicos confirmam o esforço do Estado, mas sinalizam que a grande incógnita está no segundo semestre do ano, altura em que os efeitos da pandemia começarão a ser sentidos