Economia

Covid-19. Há casas mais caras, mais crédito bancário, obras não param, mas há menos fogos licenciados

Com a economia praticamente toda parada pelo coronavírus, o sector da construção manteve-se ativo nos primeiros três meses do ano. Os bancos também estão a emprestar mais dinheiro para compra de habitação

FOTO NUNO FOX

Apesar da crise, o consumo de cimento no mercado nacional aumentou 5,6% em termos homólogos, nos primeiros três meses deste ano, com um impulso especialmente significativo de 6,6% registado no mês março, precisamente aquele em que o confinamento obrigou praticamente toda a economia a travar a fundo. Ou seja, apesar da pandemia, as obras não pararam.

O que também esteve em alta, segundo a análise divulgada esta segunda-feira pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), foi o novo crédito concedido pelas instituições financeiras para aquisição de habitação até março, tendo-se verificado um crescimento de 21,2% em termos homólogos, para 2.848 milhões de euros.

Analisando unicamente o mês de março observa-se um crescimento (de 9,4%), que, embora relevante, é significativamente inferior às variações registadas nos seis meses anteriores.

Em quebra, no primeiro trimestre de 2020, estiveram não apenas as licenças emitidas pelas câmaras municipais para obras de construção e reabilitação de edifícios habitacionais (uma diminuição de 5,6%, em termos homólogos), mas também o volume de fogos licenciados (-6,1%).

No caso concreto das novas licenças para obras, a diminuição registada foi particularmente impactada pela quebra de 19,1% identificada apenas no mês de março.

Mas foi a contração de 32%, também em março, que puxou para baixo o ritmo de licenciamento de novas casas pelas autarquias.

No que respeita à avaliação bancária da habitação - efetuada para efeitos de crédito hipotecário – apurou-se um valor mediano de 1.110 euro por metro quadrado em março, o que traduz um aumento de 10,3%, face aos 1.006 euros por m2 apurados no mesmo de 2019. Em termos mensais, e ainda segundo a AICCOPN, apurou-se a primeira variação negativa nos valores das casas desde janeiro de 2016.