Cerca de 9,7% da carteira de crédito do Novo Banco encontra-se com suspensão do pagamento de prestações, sendo revelou António Ramalho na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças esta quarta-feira, 22 de abril.
De acordo com a informação prestada aos deputados, foram concedidas pelo banco 31.155 moratórias, sendo que dizem respeito a créditos com valores globais de 4,5 mil milhões de euros.
Das moratórias concedidas, 34,7% dos clientes pediu apenas a moratória de capital, ou seja, pediu o alívio apenas da amortização do capital dos empréstimos, continuando a pagar os juros (nos créditos à habitação, o valor é diminuto).
“As pessoas preferem manter-se a pagar ainda que com a prestação claramente mais baixa. Assegurar que não capitalizam juros”, assumiu António Ramalho - se pedirem a suspensão de juros, estes vão capitalizar e agravar as prestações futuras.
Em relação ao crédito ao consumo, houve pedidos de moratória correspondentes a 4,2% do crédito total, sendo mais expressivo nas empresas: 25% da carteira de crédito a empresas encontra-se com prestações interrompidas.
“Damos resposta em dois dias, só falhámos 338 pedidos, que demoraram mais”, disse António Ramalho.
Em relação às linhas de crédito de apoio à economia, o Novo Banco foi aquele que mais dinheiro emprestou ao abrigo da linha capitalizar – covid-19. Dos 400 milhões de euros de máximo, emprestou 191 milhões, acima do Santander, com mais de 130 milhões. Os restantes bancos ficaram com quotas muito reduzidas.
Ao todo, o Novo Banco diz que já aprovou operações relativas a 1.354 clientes, num total de 621 milhões de euros. Destes, já há 33 milhões de euros com contratos fechados, sendo que os clientes já utilizaram 23,8 milhões, ou 75% do dinheiro efetivamente disponibilizado.
Mas a ajuda não se vai ficar por aqui: “Daqui a seis meses teremos ainda de trabalhar muito e é nessa altura que a banca vai provar que tem capacidade de acompanhar os seus clientes”, sintetizou.