Isabel dos Santos já tem um escritório de advogados para a representar nas operações empresariais que tem em Portugal, um processo que se arrastou algum tempo depois do arresto dos bens da filha de José Eduardo dos Santos em Angola e das revelações, a 19 de janeiro, pelo consórcio internacional de jornalistas do qual o Expresso e a SIC fazem parte, no âmbito do Luanda Leaks. O escolhido foi o escritório João Carlos Silva e Associados - Sociedade de Advogados, com sede no Porto.

João Carlos Silva foi secretário de Estado do Orçamento e Finanças do segundo Governo de António Guterres, entre março de 1998 e outubro de 1999. Fazia parte da equipa do Ministro das Finanças, António de Sousa Franco, onde estava também como secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, mais tarde também ministro das Finanças de José Sócrates, e presidente do Eurobic, onde Isabel dos Santos era a maior acionista.

A sua passagem por cargos públicos não se ficou pelas Finanças — foi também presidente da RTP, onde esteve de 2000 a 2002, uma passagem curta. João Carlos Silva foi também administrador da Taguspark (entre maio de 2009 e junho de 2010), um lugar que lhe causou dissabores ao ser acusado de ter comprado o apoio de Luís Figo a José Sócrates nas eleições de 2009, uma acusação de que acabou ilibado. Dedica-se agora à advocacia.

O escritório que representa Isabel dos Santos em termos globais, já contratado depois do Luanda Leaks, é o norte-americano Quinn Emanuel Urguhart & Sullivan. Uma contratação que surge depois do seu advogado em Portugal desde 2006, Jorge Brito Pereira, ter cessado a representação da empresária angolana.