Depois de dias sem fazer comentar, a TAP veio romper o silêncio sobre o impacto do coronavírus na operação: vão ser cancelados 1000 voos e Itália é o país mais afetado. Há quebras de procura grandes também em países como Espanha ou França. A TAP já está a ajustar custos à descida da procura. Companhia admite suspender investimentos e contratações. Em nota enviada aos trabalhadores, a empresa adianta que poderá implementar programas de licenças sem vencimento temporárias.
"Estes cancelamentos incidem especialmente na operação para cidades nas regiões mais afetadas, sobretudo Itália, mas contemplam também a redução de oferta em outros mercados europeus que mostram maiores quebras da procura, como Espanha ou França, e incluem ainda alguns voos intercontinentais, dado o modelo de operação da TAP, como companhia de longo curso e conexão", justifica a companhia em comunicado.
"O volume de reservas para março e abril mostra desde as últimas duas semanas quebras significativas relativamente ao ano passado", adianta ainda. Foi este "forte abrandamento " que fez com que "a TAP tenha procedido ao cancelamento imediato de voos com menor procura, reduzindo a capacidade em 4 por cento em março e 6 por cento em abril", justifica a companhia.
A TAP esclarece que a sua prioridade "é, desde a eclosão do surto de coronavírus, a proteção da saúde dos seus trabalhadores e passageiros". Neste âmbito, explica ,"a TAP trabalha e colabora ativamente com as mais importantes entidades, desde logo, e em primeira linha, com a Direção-Geral de Saúde, mas também com a Organização Mundial de Saúde, a ECDC, a CDC, a IATA, a ICAO ou a EASA".
Corte de custos já avançou
"O surto de coronavírus está a afetar a economia mundial e os setores do turismo e do transporte aéreo em particular", reconhece. A TAP já está a ajustar custos e a suspender contratações. "A quebra na procura implica naturalmente um decréscimo da receita, pelo que, para proteger a integridade da sua tesouraria, a TAP tomou já algumas decisões fundamentais, como a suspensão de todos os investimentos não críticos, a revisão e corte de despesas não essenciais para o negócio ou a suspensão de contratações e novas admissões, para além da adequação da oferta à procura", assegura.
A companhia diz ainda que irá contactar todos os passageiros afetados por estes cancelamentos. Assegura também que "em conjunto com eles encontrará as melhores opções e alternativas para a realização das suas viagens".