Economia

"O BPI continua a ter a mesma recomendação do BCE para reduzir posição no angolano BFA"

O presidente do BPI confirma que a posição do Banco de Fomento Angola é para reduzir

Pablo Forero
José Fernandes

O Banco Central Europeu mantém a recomendação: o BPI tem de reduzir a sua posição no Banco de Fomento Angola, onde o BPI tem 49% do capital. Contudo, como esclarece, Pablo Forero, "temos essa recomendação mas não temos data limite para o fazer".

Na conferência de imprensa onde detalhou os resultados do banco em 2019, que registaram uma quebra de 33% nos lucros, Pablo Forero desvalorizou ainda os efeitos do Luanda Leaks e as decisões das autoridades angolanas. Concretamente sobre os efeitos que decorrem do facto da posição de Isabel dos Santos no BFA através da Unitel ter sido congelada em Angola, o presidente do BPI afirma que "não sei se isso vai ter algum efeito". Acrescenta que vê com bons olhos a compra da participação da Oi por parte da Sonangol, justificando que dessa forma "a estrutura accionista da Unitel fica mais consolidada".

Já quanto a eventuais contactos com o BCE na sequência das notícias do Luanda Leaks e do facto de Isabel dos Santos ter sido constituída arguida por alegada má gestão na Sonangol e desvio de dinheiros públicos da petrolifera, o presidente do BPI afirma estar tranquilo. "Não há qualquer novidade. Estamos tranquilos com o nível de capital do BFA, continua a ser o melhor banco em Angola, com boa rentabilidade, um nível baixo de malparado. É um banco muito bom".

Efacec é importante

Quanto ao facto da Efacec estar à venda e ao facto de a sua venda a Isabel dos Santos ter sido financiada pela banca portuguesa, e também pelo BPI, Pablo Forero afirma: "é uma empresa industrial importante, com mais de 2000 trabalhadores", e o BPI é sempre parte da solução, trabalhamos com eles e continuaremos a ajudar".

Prevenção branqueamento de capitais a pente fino

O BPI fez questão de dizer que, não podendo comentar as operações que no âmbito da prevenção do branqueamento de capitais que monitorizou e pode ter reportado, relativamente à transferência que saiu do banco para o Mónaco de 50 milhões de euros , o banco "tem um procedimento e equipas muito boas a monitorizar todos os nossos clientes para saber se há suspeitas de branqueamento de capitais . Fizemos sempre isso no passado e continuamos a fazer. Se houve suspeitas fizemos comunicação às autoridades".