Economia

Coronavírus assusta bolsas do oriente ao ocidente

De Tóquio a Lisboa, os investidores estão receosos em relação ao ritmo de disseminação da doença e aos seu efeitos na segunda maior economia do mundo. O Nikkei deu o maior trambolhão diário desde agosto.

O Nikkei fechou a sessão desta segunda-feira a perder 2,03% para 23.343,51 pontos, a mior perda diária desde desde 26 de agosto.
KIMIMASA MAYAMA

Nenhum dos principais índices do mercado de ações escapou esta segunda-feira às preocupações com a propagação do coronavírus chinês.

De Tóquio a Lisboa, os investidores estão receosos em relação ao ritmo de disseminação da doença e aos seu efeitos na segunda maior economia do mundo.

A meio da manhã,o principal índice da Bolsa de Paris, o CAC40 estava a perder cerca de 2%, e caiu abaixo da barreira dos 6.000 pontos. Os setores mais ligados à China, bem como o turismo, lazer e transportes são os mais afetados pela preocupação dos investidores.

Os investidores interrogam-se sobre o real impacto económico da crise sanitária na China e os efeitos colaterais que terá sobre a economia mundial, que está em fase de recuperação no início do primeiro trimestre. Os próximos indicadores económicos chineses terão que ser seguidos de “, disse Christopher Dembik, economista-chefe do Saxo Bank, citado pela agência Reuters.

Cerca das 09:00 horas em Lisboa, o EuroStoxx 600 descia 1,37% para 417,82 pontos. As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt recuavam 1,53%, 1,66% e 1,42%, bem como a de Madrid e de Milão, que desciam 0,95% e 0,25%, respetivamente. Depois de ter aberto em baixa, a bolsa de Lisboa mantinha a tendência e cerca das 09:00 o principal índice, o PSI20, recuava 1,07% para 5.229,85 pontos.

Os mercados também vão manter-se alerta com o Médio Oriente, depois de um míssil ter atingido a embaixada dos Estados Unidos em Bagdad, incidente que provocou cinco feridos.

Nikkei dá o maior trambolhão desde agosto

O principal índice da Bolsa de Tóquio (Nikkei) fechou a sessão desta segunda-feira a perder 2,03% para 23.343,51 pontos, a maior perda diária registada na praça japonesa desde 26 de agosto. Devido aos feriados do Ano Novo Lunar, os mercados financeiros da China continental, Hong Kong, Coreia do Sul, Singapura e Austrália estão fechados esta segunda-feira.

Para conter a propagação no momento em que o número de vitimas mortais chega a 81, a China ampliou já seu feriado do Ano Novo Lunar e um número cada vez maior de grandes empresas estão a fechar e a enviar os funcionários para trabalhar em casa.

“Sem que possamos dizer quanto a doença vai espalhar-se, a única certeza que temo é que o consumo na China já está a ser afetado à medida que Pequim tenta conter a epidemia”, disse à Reuters, Hiroyuki Ueno, do Sumitomo Mitsui Trust Asset Management.