ARQUIVO Crise financeira nos EUA

PSI-20 fecha nova sexta-feira negra a perder 5,94%

Em termos anuais, a desvalorização do principal índice da Bolsa de Lisboa é já de 52%.

Anabela Campos

O dia de hoje conclui uma das piores semanas das últimas três décadas, com as bolsas a caírem a pique e registarem descidas que em alguns casos superaram durante a sessão os 10%. O PSI20 fechou a perder 5,94% e acumula uma descida semanal de 18,59%. Em termos anuais, a desvalorização é já de 52%.

O cenário repetiu-se um pouco por todo o mundo, numa semana de sucessivos 'crashes' e muito pânico. A Rússia, que encerrou a sessão por diversas vezes durante a semana, lidera as descidas, com uma quebra semanal acumulada de 91%.

Foi uma semana de vários "mini-crash" diários consecutivos, que culminaram numa sexta-feira negra, com os mercados pressionados pela possibilidade de vários países entrarem em recessão e pelo crescimento permanente do número de vítimas da crise financeira. A novidade foi a possibilidade da Islândia estar à beira da bancarrota. E viveu-se a pior semana dos últimos 30 anos.

Hoje houve mesmo vários índices a registar durante a sessão quebras superiores a 10%, arrastados pelo fecho das praças asiáticas acima dos 9% e por uma nova descida a pique das bolsas em Wall Street, cujos índices tinham encerrado na véspera com uma perda de 7%. Na Europa, a razia foi total. A bolsa de Madrid liderou as perdas, ao encerrar hoje com uma perda de 9,14%. Londres, a maior bolsa europeia, não lhe ficou muito atrás, e fechou com uma desvalorização 8,8%. A negociação das bolsas hoje esteve suspensa na Rússia, Indonésia, Tailândia, Áustria e Islândia.

Os analistas admitem que na próxima semana se não houver uma maior estabilidade e confiança, é possível que se voltem a viver momentos de grande pânico, e haja mesmo um "crash" de dimensões acentuada. Se assim for, defendem, será de certa forma melhor, uma vez que se termina com a agonia dos últimos dias e começa a haver espaço para uma maior estabilização dos mercados de capitais

Em Lisboa, as quebras do PSI20 foram hoje bastante acentuadas. A Galp liderou as descidas, com uma desvalorização de 11,7%, para 8 euros, seguida da EDP Renováveis (-9,4%) e da PT (-9,16%). A maior perda acumulada do PSI20 é da Sonae Indústria: 76,8%. E o título com a cotação mais baixa pertence à Sonae SGPS; 0,416 cêntimos.