O primeiro-ministro islandês, Geir Haarde, anunciou hoje a demissão imediata do seu Governo, consequência da crise económica que agita o país há quatro meses. O Partido da Independência, formação de centro-direita do primeiro-ministro, partilhava o poder com o partido social-democrata desde Maio de 2007.
O anúncio da demissão do Governo, feito durante uma conferência de imprensa, acontece alguns dias depois da decisão de organizar eleições antecipadas em Maio, em vez de em 2011.
Sob pressão da população que multiplica as manifestações, Geir Haarde anunciou sexta-feira a realização de eleições antecipadas a 9 de Maio e revelou ainda que não se candidatará por razões de saúde.
Mas isso não foi suficiente para acalmar a agitação social e 5.000 pessoas saíram à rua sábado para exigir a demissão imediata do Governo. No mesmo dia, uma sondagem mostrava que a taxa de popularidade da coligação estava ao seu nível mais baixo, em benefício do partido Esquerda-Verdes.
O chefe do governo encontrou-se durante o fim-de-semana com a dirigente do partido social-democrata e ministra dos Negócios Estrangeiros, Ingibjorg Solrun Gisladottir, para discutir o futuro da coligação.
A Islândia, pequena ilha de 320.000 habitantes que não é membro da União Europeia, baseou a sua prosperidade num sector bancário hipertrofiado e viu a sua economia devastada pela crise internacional no Outono.
Em Outubro, o Governo foi obrigado a assumir o controlo dos três principais bancos do país, com falta de liquidez, suscitando a cólera dos habitantes, muitos dos quais perderam o emprego e ficaram sem economias.