ARQUIVO Crise em Timor-Leste

Indonésia por detrás dos atentados em Timor

O grupo rebelde que quase matou o presidente Ramos-Horta foi apoiado a partir de Jacarta e das milícias de Timor Ocidental.

O major Alfredo Reinado, morto durante um ataque à residência do presidente Ramos-Horta em Díli, no dia 11 de Fevereiro, que quase tirou a vida ao chefe de Estado timorense, manteve até ao fim uma estreita ligação à Indonésia. O líder rebelde recebeu apoio logístico e militar a partir de Jacarta e das cidades de Kupang e de Atambua, em Timor Ocidental, onde ainda se concentram elementos das milícias timorenses que mataram 1.500 pessoas e dizimaram o país em 1999, quando um referendo popular deu a independência à antiga província indonésia.

A análise pelo Expresso dos registos telefónicos feitos desde o final de 2007 por Reinado e pelo tenente Gastão Salsinha, que sucedeu ao major à frente do grupo de rebeldes, e o confronto das chamadas e de SMS para números de telefone indonésios com alguns dos seus proprietários provam que existiu apoio material, havendo também indícios de uma forte contribuição financeira e de uma influência directa na decisão do líder rebelde em atacar Ramos-Horta e Xanana Gusmão, o actual primeiro-ministro.

Leia todos os pormenores da investigação do Expresso na próxima edição em papel, no sábado, com a história do último telefonema de Reinado na véspera antes de morrer e as provas sobre a sua ligação a Hércules, um timorense conhecido em Jacarta como o "rei dos gangsters" e que foi um dos protegidos nos anos 90 do general indonésio Zacky Anway Makarim, indiciado pelo painel de crimes de guerra da ONU como um dos responsáveis pelas atrocidades cometidas em Timor em 1999.