ARQUIVO A revolta dos monges

Um grande país para poucas pessoas

Do litoral verdejante às montanhas nevadas, a Birmânia esconde muitas maravilhas, mas também muitos problemas.

Os Pagodes são uma imagem recorrente nas paisagens birmanesas
Reuters

Pedro Chaveca

Com uma população de pouco mais de 47 milhões de habitantes e uma área de 677 mil quilómetros quadrados a Birmânia é o maior país continental do sudeste asiático, mas também um dos mais desabitados, com uma densidade populacional de 75 habitantes por quilómetro quadrado.

A Birmania ou Myanmar, nome dado pela junta militar que governa o país, é banhada pelo golfo de Bengala e fica entalada entre a Tailândia, o Laos, a China, a Índia e o Bangladesh.

As principais cidades são a capital, Rangum, com 5 milhões de habitantes e Madalay com 2.5 milhões, mas está a ser terminada a construção de Nyapidaw, que se erguerá no centro do país e foi pensada de raiz para ser a nova capital da nação birmanesa.

O drama dos refugiados

A média de idades entre homens e mulheres ronda os 27 anos. Muitas destas pessoas, vítimas da repressão e da pobreza, são obrigadas a procurar uma vida melhor fora de portas.

Estima-se que cerca 80% da força laboral estrangeira na Tailândia seja formada por birmaneses, ou seja 600 mil seres humanos, embora existam milhões a trabalhar ilegalmente.

Os refugiados, segundo uma estimativa muito optimista, rondarão os 300 mil, espalhados por vários campos nas fronteiras do país, com a Índia, Bangladesh ou Tailândia.

País de imensos contrastes, que vão desde as florestas tropicais até montanhas com mais de cinco mil metros, como a cordilheira de Hkakabo Razi, a Birmânia possui também uma imensa diversidade étnica, com 135 grupos distintos reconhecidos pelo governo, sendo os principais os birmaneses, os Shan e os Karen.

Línguas há muitas

A língua mais falada é o birmanês, mas o país possui quatro grandes famílias linguísticas distintas, para além de inúmeros dialectos tribais.

A cultura predominante, tal como a religião, é a budista que conta com 90 por cento da população, como provam as centenas de Pagodes e templos espalhados de forma orgulhosa de norte a sul do país. Os restantes dez por cento dividem-se entre cristãos e muçulmanos.