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Estado das negociações do Brexit agrava-se depois de ter sido infetado com o novo coronavírus

Com os países europeus a tentarem entender a real dimensão de uma catástrofe que apenas ainda se insinuou, as negociações para um futuro acordo comercial entre a União Europeia e o Reino Unido passaram para segundo plano. Até porque ninguém sabe muito bem o estado em que alguns ramos de atividade, como o turismo, a agricultura ou a grande manufatura com destino à exportação, vão emergir depois desta crise

Boris Johnson, agora primeiro-ministro britânico, numa fotografia tirada no último dia de campanha para as legislativas de dezembro de 2019. Venceu com larga maioria, em boa parte com a promessa de finalizar o Brexit
BEN STANSALL/POOL/AFP via Getty Images

Se o calendário já tinha de ser elástico no início desde ano, quando se deu início à primeira ronda de negociações do Brexit, com a Europa mergulhada na pior crise sanitária desde a sua criação os prazos limite para estabelecer qual será a relação comercial futura entre os 27 e o Reino Unido parecem muito perto do impossível de cumprir. A primeira reunião em tempos de covid-19 aconteceu a meio de março, com mais de 200 especialistas, negociadores, e representantes das mais diversas áreas de comércio a tentarem entender-se sobre as exigências dos dois lados, dividindo-se em 11 “ramos de atividade” em “salas virtuais específicas”. As segunda e terceira conferências foram canceladas.

Das dezenas de problemas que se podem listar para o atraso nas negociações, duas são bastante óbvias: os responsáveis políticos estão totalmente concentrados na luta contra a covid-19 nos seus próprios países e a matéria que aqui está em negociação, o comércio, modificou-se de tal forma que já se fala de uma crise financeira que nos vai fazer lembrar a de 2008 como quem se lembra dos tempos em que era feliz e nem sabia. “Os negócios britânicos estão a lutar pela sobrevivência - muitos não vão conseguir - e não vão estar com tempo nem meios para se prepararem para novas regras na transação de produtos”, escreveu Michael White, analista político da revista britânica de análise de temas europeus “New European”.

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