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Festins de lapas e de outros recursos marinhos são nova prova de que temos mais de neandertal do que julgávamos

Um estudo liderado por investigadores portugueses, publicado agora na revista “Science”, é “mais uma prova de que os neandertais tinham cultura e comportamento de Homo sapiens”, explica ao Expresso o paleontólogo João Zilhão, que coordenou o projeto. Os habitantes da gruta da Figueira Brava refastelavam-se com lapas e outras espécies de marisco

Conchas de lapa (Patella vulgata) encontradas da gruta da Figueira Brava, no Portinho da Arrábida
João Zilhão/UNIARQ

“Os neandertais estão a passar nos exames e com distinção”, ironiza o paleontólogo João Zilhão. É que afinal, explica ao Expresso, “aquela imagem tradicional de caçadores de mamutes e renas de aspeto robusto, que sobreviviam na neve e no gelo quase sem roupa, é um disparate”. Isto porque a investigação que coordenou — esta quinta-feira publicada na revista “Science” — concluiu que os humanos de há 65 mil a 115 mil anos na Europa, sobretudo as populações da Península Ibérica, estavam muito mais familiarizados com o consumo de peixe e de marisco do que se julgava. “O neandertal típico é muito mais o da Figueira Brava do que o da Alemanha”, diz João Zilhão. E gostava de comer lapas, enguias e outros peixes e marisco.

Foi na gruta da Figueira Brava, no Portinho da Arrábida, que a equipa de 21 investigadores do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ) descobriu os fósseis de lapas, de enguias e de outros recursos marinhos que permitiu “mais uma prova de que os neandertais tinham cultura e comportamento de Homo sapiens”, afirma João Zilhão.

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