O eleitorado da extrema-direita em Portugal distingue-se, em alguns pontos, do resto da Europa. No passado sábado, cerca de 500 apoiantes do Chega encontram-se em Portalegre, para o anúncio da candidatura presidencial do deputado único Manuel Alves foi do PCP até 1985. Heraldo Peliche costumava votar no PSD ou no CDS. Ricardo Ralha contribuía para a percentagem de abstencionistas. Paulo Sapata e Marta Parlecos pensavam que a “política estava morta”. Joaquim Chilrito nunca tinha tido militância política. Alberto Rocha só votou em Sá Carneiro. Gonçalo Afonso tanto votava à esquerda como à direita. E Ana Amaral só descobriu o Chega dois dias depois das eleições legislativas.
Em comum, estes nove nomes têm pouco; uns são curiosos, outros militantes e dois dirigentes do Chega, uma amostra heterogénea do meio milhar de pessoas que se juntaram em Portalegre, no último sábado, para assistir ao anúncio da candidatura de André Ventura à Presidência da República. Exemplos de que o “retrato-robô” do eleitor da direita radical na Europa não assenta bem em Portugal, conforme apontava em fevereiro um inquérito do ICS/ISCTE encomendado pelo Expresso.
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