O fim poderia ter chegado em 1985, na sequência de um forte terramoto no México que matou vários dos seus familiares. Ou poderia ter morrido do cancro de cólon que enfrentou já nos últimos anos. Mas a carreira de Plácido Domingo, um dos maiores tenores da História, vai acabar abruptamente por outras razões, talvez menos ‘naturais’. Uma investigação do sindicato norte-americano que representa os artistas musicais — AGMA, American Guild of Musical Artists — concluiu que o tenor assediou sexualmente várias mulheres e abusou do seu poder enquanto exercia as funções de diretor da Ópera Nacional de Washington e na de Los Angeles, como noticiou a agência Associated Press. E mesmo o Teatro Real de Madrid, que sempre assumiu a sua defesa, está a ponderar se irá ou não manter as atuações do artista na ópera “La Traviata” previstas para maio.
Segundo as conclusões da investigação em causa, Plácido Domingo praticou assédio, do simples “flirt a propostas sexuais, dentro e fora do âmbito de trabalho”. O sindicato, que se escusou de tornar públicos pormenores e emitiu apenas um breve comunicado, encontrou 27 testemunhos fiáveis de pessoas anónimas que sofreram os assédios ou os presenciaram ao longo de um intervalo temporal que abrange três décadas. Ainda está por saber-se quais os resultados de uma outra investigação levada a cabo pela Ópera de Los Angeles.
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