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Uma invasão inédita num dia que não é coincidência

Os manifestantes que protestam há semanas contra uma lei de extradição para a China continental subiram a parada e invadiram o Parlamento. No aniversário da transferência da ex-colónia britânica para a soberania de Pequim, a primeira-ministra disse esta segunda-feira ter aprendido a lição e prometeu um trabalho “mais sensível às aspirações da comunidade”. De nada lhe valeu: um grupo que nasceu há cinco anos sob o signo da manifestação pacífica, simbolizado pelos guarda-chuvas amarelos, forçou a entrada no Parlamento e pichou as paredes com mensagens de libertação do jugo de Pequim

Tyrone Siu / Reuters

Centenas de manifestantes invadiram esta segunda-feira o Parlamento de Hong Kong. A data não é uma coincidência: neste 1 de julho, assinala-se o 22.º aniversário da transferência da antiga colónia britânica para a China. Em causa está um projeto de lei de extradição de suspeitos para serem julgados no continente, o que, segundo os manifestantes, representa uma violação das liberdades e direitos garantidos em 1997 – e durante meio século – no âmbito do modelo “um país, dois sistemas”.

Angeline Chan, membro do Grupo de Advogados Progressistas naquela região administrativa especial, conta ao Expresso que “o projeto de lei que o Governo apresentou carece de muitas das salvaguardas habituais dos acordos de extradição”. “Não há escrutínio pelo Conselho Legislativo [Parlamento] nem salvaguardas por razões humanitárias”, exemplifica. “Tendo em conta a forma como o sistema chinês opera, a taxa de condenação acima dos 90% e o histórico chinês de uso do sistema criminal para oprimir pessoas com opiniões divergentes, o povo de Hong Kong está extremamente preocupado”, reforça.

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