Formalmente, o motivo por que Vítor Constâncio entrará esta quinta-feira na Assembleia da República e se sentará numa das salas de comissões parlamentares será a Caixa Geral de Depósitos, uma vez que os deputados o chamaram no âmbito da terceira comissão de inquérito ao banco público. Mas, na verdade, há muitos temas quentes que os parlamentares estão a estudar - principalmente, no que toca às crises no BPN e no BCP, já que ambas rebentaram durante o mandato de Vítor Constâncio (2000-2010).
No passado, da esquerda à direita, Constâncio já foi alvo de fortes ataques: chamaram-lhe “ineficaz”, “negligente” e “tolerante até ao limite do absurdo”, acusaram-no de ignorar alertas importantes e de ser, pelo menos, conivente com uma tomada de poder num dos bancos em crise. Quase nunca teve de responder: o estatuto de vice-presidente do Banco Central Europeu com o pelouro da supervisão bancária (que lhe valeu novas críticas, mas já lá vamos) permitiu-lhe responder apenas por escrito desde 2010. Mas o mandato acabou em maio passado, o que significa que esta é a oportunidade dos deputados para questionarem o homem que regulou a banca durante uma época em que já se faziam muitos dos negócios ruinosos entretanto descobertos e durante as primeiras crises portuguesas (e que foi também secretário-geral do PS entre 1986 e 1989).
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