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“Mataram o jornalista mas não mataram a história”: Forbidden Stories, o abrigo dos repórteres ameaçados

Daphne foi assassinada. A jornalista estava a investigar casos de corrupção em Malta ligados ao Panama Papers e mataram-na para silenciá-la. Agora, a investigação que não publicou vai ser disponibilizada ao público porque um grupo de jornalistas e órgãos de comunicação social uniram-se para fundar a Forbidden Stories - uma associação sem fins-lucrativos - e lançar o “Daphne Project”. “É uma forma de dizer a quem matou Daphne que o que fizeram foi inútil”

O local em que explodiu o carro da jornalista Daphne Caruana Galizia, assassinada devido ao seu trabalho
Foto STR/AFP/Getty Images

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O que acaba de ler são instruções. Uma espécie de guia para um jornalista enviar o seu trabalho para a Forbidden Stories, uma associação sem fins lucrativos, caso se sinta ameaçado por algo. As indicações estão na página da plataforma recentemente lançada e cujo objetivo “é assegurar que certas investigações são terminadas e publicadas quando o jornalista já não tem possibilidade de as fazer”. Talvez todo este cuidado pareça um exagero. Talvez - sobretudo se olharmos para o caso de Portugal. Em muitos outros países, talvez não seja o suficiente - até porque vivemos num mundo em que em média dois jornalistas são mortos todas as semanas. E o que acontece ao seu trabalho? Desaparece. Mas agora já não vai desaparecer.

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