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“Sempre houve um estigma, mas agora os atores e atrizes pornográficos têm de lidar com ataques todos os dias”

Foi uma sucessão de acontecimentos no mínimo estranha. Em três meses, cinco atrizes pornográficas morreram - uma suicidou-se, duas ingeriram grandes quantidades de álcool e droga, uma morreu durante o sono e outra depois de alegadamente ter contraído uma infeção urinária. Houve quem garantisse que foi uma coincidência, e até pode ter sido, mas isso seria simplificar o problema. “Muitos atores e atrizes de pornografia recebem hoje menos de metade do que recebiam há dez anos”, diz ao Expresso Nicole Prause, neurocientista e investigadora que foi, no passado, membro do Adult Performers Actors Guild, espécie de sindicato que representa os profissionais da indústria pornográfica nos EUA

FOTO SPENCER PLATT/NEWSMAKERS/GETTY IMAGES

“A verdade.” Assim dizia a mensagem publicada no Twitter dias após a morte da atriz pornográfica norte-americana August Ames e que remetia para um texto escrito pelo seu marido, Kevin Moore, publicado no site da própria atriz. Ali, Moore, produtor também ligado à indústria pornográfica, culpava alguns utilizadores de redes sociais como o Twitter pelo que acontecera à mulher, encontrada morta no dia 5 de dezembro na sua casa na cidade de Camarillo, na Califórnia, depois de se ter enforcado.

Meses antes, August Ames, de 23 anos, tomara uma decisão que, de acordo com o marido, viria a custar-lhe a vida - recusara-se a ter relações sexuais com homens que fizeram pornografia homossexual. Foi imediatamente acusada de ser homofóbica e começou a receber insultos e ameaças no Twitter. Segundo o marido, houve até quem lhe tenha apresentado, com generosidade questionável, um plano de morte mórbido, sugerindo-lhe que tomasse um comprimido de cianeto. August Ames guardou imagens de cada publicação ameaçadora, não se sabendo se o fez ou não por precaução e segurança. “O bullying acabou com a vida dela. Se ela não tivesse sido insultada daquela forma, ainda estaria viva hoje. Ela matou-se um dia depois de ter sido atacada nas redes sociais. É irreal pensar que as duas coisas não estão relacionadas”, afirmou então Kevin Moore.

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