É um dos 300 homens mais ricos do mundo e dono de um império, a Sonae, que abarca incontáveis atividades e negócios. Aos 61 anos, o empresário nascido em Tuías, Marco de Canaveses, filho de um humilde carpinteiro e de uma modista, confessa que gosta é de ir para a terra, para a casa que foi dos seus pais, contemplar o campo. E concorda que, para ter este pequeno gosto, nem teria sido preciso ter feito o que fez. Frontal, polémico e decidido, recusa o epíteto de “arrogante” e também não se acha uma espécie de “big brother”. O seu principal defeito, define-o como uma certa incapacidade para elogiar, uma vez que é mais pronto na crítica. Também afirma que não gosta de “yes-men” e assume-se como frugal (mas não sovina). A entrevista resulta de mais de 12 horas de conversa, repartida por três dias. Foi assim que Belmiro respondeu a inúmeras perguntas e algumas pequenas provocações sobre a sua vida.
Um homem rico apenas pensa em acumular negócios e dinheiro? E passa o tempo a contá-los, ou a nadar em moedas e notas como o Tio Patinhas?
Vamos definir o que é a riqueza. A posse do dinheiro cria a obrigação de o investir bem, de criar emprego. Eu sinto-me um feitor, um curador desse dinheiro. Além disso, não sendo parvo, tenho a noção clara de que esse dinheiro não vai comigo para mais sítio nenhum e que, às vezes, até complica, criando problemas de sucessão. É muito mais claro deixá-lo já guiado para determinados fins. Mas deixe-me dizer-lhe que o sistema capitalista não tem como objetivo acumular dinheiro, mas sim gerar riqueza para distribuir e reinvestir. Aliás, é a melhor maneira de ajudar o país em geral e os colaboradores e acionistas em particular.
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