Num dos seus poemas mais emblemáticos, Agostinho Neto, primeiro presidente de Angola, escreveu: “Eu não espero / Eu sou aquele por quem se espera”. O povo angolano há muito que esperava alguém que resgatasse o país dos poucos que se tornaram seus donos e que o usaram em seu exclusivo proveito. João Lourenço está a mostrar que pode ser esse homem.
Quando chegou ao poder, acumulavam-se as dúvidas sobre como seria a presidência de João Lourenço. A manutenção do statu quo? Um factótum de José Eduardo dos Santos? Teria feito um acordo para não mudar durante um ou dois anos as nomeações feitas pelo anterior presidente nos últimos dias do seu reinado, nem tocar nos interesses dos seus filhos? Seria controlado pela sua mulher, Ana Lourenço? Ou iria afirmar-se, correr em pista própria e muito mais depressa do que se poderia imaginar? Pois bem, a resposta começa a ser luminosamente clara. Em Angola nunca houve tremores de terra. Mas o que neste momento acontece no grande país africano ao nível político é um enorme tremor de terra, que surpreende pela sua intensidade, rapidez e capacidade de destruição do velho poder.
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