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“Dizer que existe uma causa indireta numa grande catástrofe não é um erro. Mas também estamos a brincar um pouco com as palavras”

A morte de Alzira Costa, vítima de atropelamento quando fugia das chamas em Pedrógão Grande, foi considerada uma morte indireta do incêndio. Um conceito que para o advogado do megaprocesso da Legionela não faz sentido

LUCILIA MONTEIRO

Paulo José Rocha, advogado que acompanhou as vítimas no megaprocesso da Legionela (surto que matou 12 pessoas e infetou mais de 300 em novembro de 2014, e cujo processo ainda vai a meio) diz ser “irrelevante” se houve causas diretas ou indiretas nas mortes em Pedrógão Grande. “No Direito fugimos desses conceitos como o Diabo da cruz.”

Existe alguma lei que defina as causas diretas e indiretas de uma grande tragédia?
No Direito não existe a definição da causa direta e indireta. O que existe no Direito é a condição sine qua non para a produção de determinado efeito. Se se demonstrar que determinada causa foi a causa adequada para provocar um determinado efeito (neste caso a morte) então é essa causa, ponto final. É irrelevante se essa causa é direta ou indireta, porque isso são conceitos fora do Direito.

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