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“Somos horripilantes. Com tanta boa educação, conseguimos liquidar este planeta”

No dia em que a Fundação José Saramago cumpre uma década de vida, falámos com a presidente, Pilar del Río, que olha com mais alegria para o futuro do que para o passado. Dez anos de trabalho significaram vitórias individuais e muitos avanços na luta pela literatura portuguesa e pelos direitos do Homem, mas também muito esforço e pouca compreensão

Pilar del Río aposta nos jovens para continuarem a obra da Fundação
Foto João Lima

Sentados a uma mesa de restaurante e durante um almoço quente num restaurante libanês em Lanzarote, José Saramago, Pilar del Río, Fernando Gómez Aguilera, presidente da Fundação Cesar Manrique, e José Sucena, desenvolveram a ideia de criar uma fundação. Foi há dez anos, poucos dias antes da criação oficial da Fundação José Saramago. “O José sempre a dizer que não e nós a argumentarmos sobre a validade da iniciativa. Só pouco antes da refeição terminar é que Saramago concordou”, conta Pilar del Río ao telefone desde Madrid, onde mais uma vez representa a fundação em atos oficiais.

Estavam três desígnios nas suas mentes: “a literatura portuguesa e a sua ligação a outras literaturas em todo o mundo; a luta pelos direitos humanos; e o cuidado com o meio ambiente, que demonstrava o empenho de José por aquela que considerava ser uma das grandes ameaças que o planeta atravessava.” Avançar nessas três frentes com chamadas de atenção e estudos sobre as matérias foi, pois, o ponto de partida para uma viagem também ao mundo do escritor.

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