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A espantosa fuga da “mais sinistra cadeia da ditadura”

Parece um filme, mas é a história da fuga de três presos da cadeia do Aljube, contada pelo único sobrevivente desta aventura programada para homens que não tinham vertigens. A corda usada era curta, o que obrigou Américo de Sousa a cair com estrondo no telhado do prédio vizinho, o carro que os deveria recolher não apareceu e a mulher da casa de contacto não quis abrir a porta. Imprevistos à parte, eles atingiram a liberdade que tinham por destino. O ex-comunista Carlos Brito conta como foi

PIDE. Fotos de Carlos Brito na ficha da PIDE

Se fosse hoje, se Portugal não vivesse em Democracia, Américo de Sousa, Carlos Brito e Rolando Verdeal nunca teriam escolhido uma madrugada de sábado para domingo para fugir pelas grades e pelo beiral de um 5º andar da rua Augusto Rosa em Lisboa. Só que em 1957 não havia vivalma na pacata rua que ligava a Sé ao Miradouro de Santa Luzia e onde ficava a cadeia por onde passaram 30 mil presos políticos, na zona que agora é um dos mais movimentados locais turísticos da noite lisboeta.

Carlos Brito, o único sobrevivente desta fuga, tinha 23 anos quando foi preso pela segunda vez, em outubro de 1956. “Vim para o Aljube, a mais sinistra das prisões da ditadura, que era para onde vinham os presos submetidos a interrogatório e tortura. Estávamos aqui e íamos à António Maria Cardoso [rua onde ficava a sede da PIDE e que era perto] para sermos torturados. Por isso, sempre que entrava um novo preso, dizia-se ‘Força camarada, isto vai ser muito duro’... ”.

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