Não é propriamente uma inovação herética: na banda sonora de “Marie Antoinette”, de Sofia Coppola (2006), escutámos, sem sobressalto, Siouxsie & The Banshees, New Order, Cure, Bow Wow Wow ou os Gang Of Four lado a lado com Vivaldi, Rameau ou Scarlatti; em ‘Moulin Rouge’, de Baz Luhrmann (2001), cruzarmo-nos com Madonna, T. Rex, Police, Nirvana e Elton John ou assistirmos ao parto de “The Sound Of Music” na trepidante Montmartre da viragem do século, não foi motivo de nenhum escândalo. E, pulando para o domínio das séries de televisão, na belíssima “Westworld” (2016-2022) — “um western com robôs” —, ‘Paint It Black’, dos Rolling Stones, ‘House of the Rising Sun’, dos Animals, ‘A Forest’, dos Cure, ‘Black Hole Sun’, dos Soundgarden, ou ‘Exit Music (For A Film)’, dos Radiohead, tocadas por uma vetusta pianola, não provocaram a menor perplexidade.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.