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Música: A terceira vida do fado, segundo Lina

Lina traz para o futuro “aquilo que nasceu tão simples”, agarrada à intemporalidade de Camões e sem medo da desconfiança da ortodoxia. O fado ganha uma nova respiração

Depois de um álbum gravado com o compositor e produtor catalão Raül Refree, “Fado Camões” apresenta-se como peça em nome próprio
Mileu

No que às origens do fado diz respeito, não é demasiado arriscado dizer-se que “no princípio era o verbo”: “O fado, nos seus primórdios, representou o último estádio do romanceiro tradicional (...), o qual, ao longo dos séculos, foi perdendo o carácter épico inicial e foi-se progressivamente novelizando até versar quase exclusivamente assuntos de carácter amoroso ou trágico-sentimental. (...) Esse fado popular, esse fado das ruas, de faca e alguidar, dos ceguinhos, não é outro senão o substrato novelesco do romanceiro tradicional, e o subsequente manancial das canções narrativas, afinal, o primitivo, o primacial, o originário fado, a fonte, a génese, o tronco primevo do nosso fado”, defende José Alberto Sardinha em “A Origem do Fado” (2010). Mas — só para citar outro exemplo —, já na 7ª edição (1878) do “Dicionário Morais”, se escrevia: “Fado, poema do vulgo, de carácter narrativo, em que se narra uma história real ou imaginária de desenlace triste ou se descrevem os males, a vida de uma certa classe, como no ‘fado do marujo’, da ‘freira’, etc. Música popular, com um ritmo e movimento particular, que se toca ordinariamente na guitarra e que tem por letra os poemas chamados ‘fados’.”

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.