Cultura

"Grândola, Vila Morena" recordada no Porto

Iniciativa reúne amigos e admiradores de Zeca Afonso em noite de música e cultura.

Expresso

O leitor já terá ouvido falar certamente de caldos. De peixe, de carne, de galinha. E caldos de cultura, sabia que existiam? É verdade, estes caldos são reais mas não se encontram à venda nos supermercados. Dão um ar da sua graça de dois em dois meses e são constituídos por iniciativas culturais e multidisciplinares.

Os "Caldos de Cultura" nasceram com a Associação José Afonso (AJA), uma associação cultural e cívica formada a partir da memória e dos exemplos do célebre cantor e ativista. Esta sexta-feira, os Caldos voltam a ter motivo para condimentar mais uma noite através da cultura, arte e pensamento.

Zeca Afonso leu pela primeira vez o poema "Grândola Vila Morena" em 1964, no concelho que inspira a canção. Passaram 50 anos. E a AJA Norte quis relembrar a data através dos "Caldos de Cultura". A partir das 20h30, na sede da associação, no Porto, haverá uma exposição, música e gastronomia em jeito de comemoração.

Gustavo Rebolho fará o enquadramento histórico da "Grândola". Entre outras temáticas, serão abordadas as vicissitudes que originaram o poema, as repercussões por ele causadas e as consequentes "internacionalizações". Para quem não sabe, os versos de Zeca Afonso já foram adotados por outras línguas como o finlandês, espanhol ou russo.

E como o poema virou canção, não faria sentido este evento carecer de uma componente musical. Francisco Fanhais, Presidente da AJA, Fernando Lacerda e Manuel Magalhães estão a cargo da melodia. Recorde-se que Fanhais chegou mesmo a gravar a "Grândola" em França na companhia de José Mário Branco.

Para honrar da melhor forma a Vila Morena, haverá também gastronomia alentejana à disposição. Regada com vinho branco ou tinto, a noite adivinha verdadeiros momentos de fraternidade.