Nas múltiplas manifestações de estilo lançadas pelo teatro contemporâneo, não são assim tão raros os casos em que as interpretações surgem não do palco mas do fundo da sala ou mesmo da própria audiência, normalmente para espanto dos espectadores que pagaram bilhete e não sabem que um certo intérprete se sentou a seu lado. Por mais do que uma vez se pensou nisto durante o visionamento de “Yannick”, novo filme, muito eficaz, de Quentin Dupieux, ainda mais conhecendo-se a imaginação desvairada do autor francês de “Rubber - Pneu” e “100% Camurça”.
Exclusivo
“Yannick” em Locarno: quando o espectador diz ao artista na cara que o espetáculo dele não presta
Inspirado pelos relambórios de comentários das redes sociais em que tanta gente tem a palavra e ralha sem ter razão, Quentin Dupieux leva a coisa a 'vias de facto' e dá carne e osso ao espectador anónimo indignado com a obra de arte à sua frente. Mais um belo filme em Locarno, que está com a veia satírica afiada