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Livros: O poder criador da literatura está em “Cidade da Vitória”, de Salman Rushdie

Em “Cidade da Vitória”, Salman Rushdie escreveu uma belíssima homenagem ao poder criador da literatura, réplica empolgante (e irónica) dos grandes clássicos indianos

A ‘cidade da vitória’ a que alude o título é Vijayanagara, ou Bisnaga, capital de um reino que existiu efetivamente no Sul da Índia, entre os séculos XIV e XVII
Getty Images

Décimo quinto romance de Salman Rushdie, “Cidade da Vitória” foi terminado pouco antes do bárbaro atentado que o escritor sofreu, em agosto de 2022, quando um jovem de 24 anos o atacou em palco, momentos antes de proferir uma conferência — esfaqueado dez vezes, perdeu o olho e sofreu ferimentos graves, quase fatais (uma experiência que descreve no seu próximo livro, “Knife”, com lançamento previsto para a próxima primavera). É difícil afastar o brilho incómodo deste facto biográfico, tanto mais que se trata de um eco da célebre fatwa que lhe foi lançada pelo regime iraniano, na sequência da publicação de “Versículos Satânicos”, mas “Cidade da Vitória” merece ser apreciado sem ruídos exteriores e apenas pelo que nos oferece: um convincente regresso de Rushdie ao território da ficção pura, mesmo se assente numa base histórica.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.