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Nos anos 80, Manuel era célebre por resolver o cubo mágico num instante – agora, explica-nos como isso se transformou numa coisa séria

Há precisamente 50 anos, um jovem professor húngaro idealizou uma ferramenta de ensino e acabou a criar um fenómeno global. Na década seguinte, o cubo de Rubik conquistou miúdos e graúdos e tornou-se num ícone da cultura popular. Passadas cinco décadas, o célebre puzzle continua a juntar entusiastas que disputam campeonatos em todo o mundo, incluindo em Portugal

Manuel Galrinho, com um cubo de Rubik
Joana Mendonça

Em 1982, Manuel Galrinho era uma espécie de celebridade em Portugal graças ao tempo recorde de 25,8 segundos em que resolvia o recém-inventado cubo de Rubik, também conhecido como cubo mágico. Depois de ser coroado campeão nacional numa competição transmitida na televisão, tornou-se num rosto conhecido do grande público. Na rua, uns pediam-lhe que autografasse os cubos que tinham. Outros cantavam “O Rapaz do Cubo Mágico”, tema de Lara Li que passava repetidamente na rádio, quando o viam passar. No restaurante, a sobremesa era-lhe oferecida se conseguisse fazer o cubo no momento.

Então com 23 anos, vira o colorido objeto pela primeira vez meio ano antes, durante umas férias no Algarve, nas mãos de um grupo de rapazes alemães. Intrigado, decidiu procurar um igual quando regressou a casa, em Setúbal. “Penso que já se vendiam em Portugal, mas não encontrei nenhum”, recorda ao telefone com o Expresso. “Tive de pedir ao meu pai, que vivia na Alemanha, e a uma amiga que tinha na Bélgica, que me mandassem um.”