A década de 20 do século XXI começou com uma pandemia e não houve área que não sofresse as suas consequências. Em 2022, quando os dados estatísticos da Cultura referentes a 2021 (os mais recentes até hoje) foram divulgados, estes evidenciaram as reações do sector a uma situação anómala como aquela que se estava a atravessar. E os números nem sempre constatam a quebra que se fez sentir, nomeadamente, nos postos de trabalho ou na sustentabilidade das empresas e organizações ditas culturais. Um exemplo é o número de empresas naquele ano ligadas ao sector: 64.559, contra 65.175 das verificadas em 2019, antes do surto pandémico. Devido a este, o volume de negócios decresceu de €6,5 mil milhões para e5,9 mil milhões e registou-se uma ligeira diminuição do valor acrescentado bruto (VAB), de €2,4 mil para €2,2 mil milhões.
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Encruzilhada cultural: que cultura consomem os portugueses?
Os dados disponíveis dão conta do cenário empobrecido do sector. A pandemia ajudou, mas também os baixos salários e a pouca apetência dos portugueses para os hábitos culturais