Ela atirou-se de uma ponte, no auge do desespero, despedaçou o crânio lá em baixo e, por isso, quando o dr. Godwin Baxter recolheu o cadáver nas margens do Tamisa, o cérebro estava desfeito. O corpo tinha préstimo, escasso dano, mas a massa encefálica derramara-se. Godwin resolveu, então, enxertar o cérebro de um bebé, compor a caixa craniana e sujeitar a coisa assim arrumada às descargas elétricas necessárias para dar outra vez vida ao que estava inanimado — procedimento bem nosso conhecido, pelo menos desde que, em 1931, James Whale fez Boris Karloff levantar-se da marquesa, cabeça com parafusos e várias visíveis costuras. Curiosamente, é esse o facies de Godwin, resultado de múltiplas experiências cirúrgicas que o pai foi operando no seu corpo desde menino, tudo em nome de uma ciência a avançar sem olhar a escolhos. Ele tem, então, a figura do monstro de Frankenstein, mas a criatura, por ele arrebatada ao reino dos mortos, não. Muito ao contrário, ela é linda (em resumo, é Emma Stone…), cai-lhe bem o nome de Bella. O seu carácter ‘monstruoso’ é de uma muito particular natureza.