Conheci Jorge Palma quando ele cantava nas ruas e nas esplanadas de Paris. Já lá vão mais de 40 anos e nunca perdemos o contacto. Há uma semana, na sua casa em Lisboa, estivemos uma tarde à conversa, como só os amigos conseguem estar. Falámos do passado, claro, dos dias bons e dos outros também. Revisitávamos lugares e pessoas — da Dinamarca ao Guincho, de Herberto Helder a Ary dos Santos —, palavras e instantes, como as notas e a História, que o trouxeram de volta à música. Uma conversa sobre a estrada por onde caminha um dos maiores músicos portugueses. E, sim, ainda há estrada.
No início dos anos 1990 deste um concerto a solo no auditório da FNAC Forum des Halles, no centro de Paris, onde tocaste parte do longo e difícil poema ‘Le Bateau Ivre’, de Arthur Rimbaud, que tinhas musicado. Que eu saiba, só tu e o Léo Ferré o musicaram. Na assistência estavam diversos intelectuais: Eduardo Prado Coelho, Eduardo Lourenço, acho que também o Eduardo Agualusa...
...sim, Eduardo Lourenço...
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