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Ainda vamos a tempo de descobrir que os Beach Boys não eram só surf

Longe da popularidade dos dias da pop solarenga do início dos anos 60, os Beach Boys lançaram na década seguinte dois álbuns que mostravam uma banda em transformação e nem sempre compreendida. Hoje reconhecemos neles uma das suas melhores etapas

A banda formou-se na Califórnia, em 1961, com Al Jardine, Mike Love, Dennis Wilson, Brian Wilson e Carl Wilson ao leme

A vida não corria risonha para os Beach Boys na reta final dos anos 60. A obra-prima de 1966, “Pet Sounds”, que mostrara como o estúdio podia ser mais do que um local de gravação, abrira horizontes a novas possibilidades. O single “Good Vibrations”, criado segundo uma lógica de colagem de fragmentos, acentuou a vertigem no passo seguinte, abrindo caminho ao sonho de Brian Wilson de criar uma “teenage symphony to God”, à qual deu o título de “Smile” mas que, por motivos pessoais e conjunturais, ficou inacabada, abrindo inesperadas frestas na sustentação de um edifício criativo até então inabalado. “Smiley Smile”, o álbum possível lançado depois do colapso do monumento em construção e o patamar claramente menos sofisticado e desafiante dos seguintes “Wild Honey” (1967) e “Friends” (1969) — a que se seguiu “20/20” (1969), um disco em grande parte feito de outtakes de álbuns anteriores —, acentuou uma rota de progressivo desinteresse. As ligações entre os Beach Boys e Charles Manson, que tinha conhecido Dennis Wilson e gravado no seu estúdio em 1968, contribuíram para turvar mais ainda a perceção pública da sua imagem depois dos assassínios cometidos em agosto de 1969.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.