O fotógrafo franco-brasileiro Sebastião Salgado, de 77 anos, e famoso pelas suas fotos intensas a preto e branco, foi um dos vencedores do Prêmio Imperial do Japão, considerado como o 'Nobel das Artes'.
Sebastião Salgado ganhou o prestigiado prémio do Japão na categoria de pintura, recebendo 15 milhões de ienes (o equivalente a cerca de 116 mil euros), o valor atribuído aos vencedores em cada categoria. O fotógrafo foi distinguido na categoria pintura devido às imagens em que retrata "com grande sentido estético o estado dos mais pobres e a degradação do meio ambiente".
No seu mais recente trabalho, Sebastião Salgado retratou os povos indígenas da Amazónia e a sua floresta, imagens que foi publicadas no livro intitulado "Amazónia". "Nesse trabalho, eu quis fotografar a Amazónia viva. A Amazônia morta, destruída pelo garimpo e pelo fogo, eu não procurei", avançou o fotógrafo numa entrevista recente à Veja. A série de fotografias na Amazónia foi realizada entre 2013 e 2019, e serão expostas no Brasil em 2022.
Tradicionalmente, o Prémio Imperial do Japão é entregue em outubro numa cerimónia que decorre em Tóquio, cujo anfitrião é o príncipe Hitachi, irmão mais novo do imperador Akihito. Mas devido à situação da pandemia covid-19, o evento não ocorrerá em 2021 de forma presencial.
Também devido à ocorrência da pandemia, o 'Nobel das Artes' no Japão não atribuiu este ano prémios nas categorias teatro e cinema. O anúncio dos vencedores foi feito esta terça-feira em Berlim pelo ex-presidente do Instituto Goethe e conselheiro da Associação Japonesa de Arte, Klaus-Dieter Lehmann.
Além de Sebastião Salgado, que foi premiado na categoria pintura, também ganharam o prémio este ano o escultor americano James Turrell, o arquiteto australiano Glenn Murcutt, conhecido por desenhar casas modernistas integradas ao ambiente rural, e o violoncelista Yo-Yo Ma, músico americano, filho de pais chineses residentes em Paris, que gravou mais de 100 álbuns e ganhou inúmeros prémios ao longo da sua carreira, entre os quais 18 'Grammy'.