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Cultura

Made in Portugal. A arte nacional de bem fazer está em Gaia para ficar

A moda, a indústria têxtil, o calçado e a filigrana ganharam um museu em Vila Nova de Gaia. É um dos seis espaços do novo quarteirão cultural World of Wine, talvez o mais rico e inesperado

Patrícia Barnabé

Nos anos 80, Adrian Bridge apaixonou-se pelo vinho do Porto e escolheu Portugal em 1994, depois de ter sido guarda da rainha de Inglaterra e ter passado por um banco de investimento. Primeiro geriu as marcas da Porto Taylor’s e Fonseca no seu país e nos Estados Unidos, em 2000 passa a dirigir a empresa no Porto e funda o grupo Fladgate Partnership, compra a Croft e a Delaforce. Relança estas marcas todas, cria novos conceitos, recebe vários prémios e abre o conhecido hotel The Yeatman, vinho e luxo, em 2010. Cinco anos depois, começa a congeminar abrir um quarteirão de museus encostado ao Douro: “Um projeto ambicioso, Adrian Bridge percebeu que se o Porto tinha muita oferta de alojamento, nascido em 2013 e 2014, as visitas duravam dois dias no máximo, ele queria dar motivos às pessoas para ficarem mais tempo”, conta-nos Catarina Jorge, que trabalhou com ele na hotelaria e hoje está à frente do novo Museu da Moda e dos Têxteis.

A ideia era mostrar “o que de melhor temos no país e na região Norte, não só para os estrangeiros, mas para os portugueses que não sabem que produzimos com qualidade.” Assim, nascem os seis museus do novo World of Wine: um dedicado ao vinho, outro à cortiça, o do chocolate, o da história do Porto e da região Norte do país, o que alberga a Bridge Collection (a sua coleção privada de copos) e o Museu da Moda e dos Têxteis. Chocolate? “Pela harmonização que este faz com o vinho do Porto, e hoje com outros vinhos também, e pela sua ligação às antigas colónias portuguesas, é um museu mais familiar.”