Ocupantes e ocupados. Pratos desnivelados na balança da justiça. Passaram 54 anos e Avi Mograbi, israelita de Telavive, um dos críticos mais acérrimos do regime do seu país deste último quarto de século, não tem outro tema na sua obra. É justo dizer-se que ele se auto-impôs, ano a ano, filme a filme, essa responsabilidade política. Mas Mograbi não tinha ainda feito um filme de História (com H maiúsculo) sob uma linha cronológica tão visível como “The First 54 Years – An Abbreviated Manuel for Military Occupation” (passou no Forum), interrogando, de raiz, pela força dos arquivos e com a contundência das suas capacidades de narrador (permeáveis ao humor e ao escárnio), o que uma ocupação militar - “a mais longa da história moderna” - significa de facto.
Exclusivo
Berlinale: a força dos factos não é uma invenção
Vai tornar-se difícil manter a partir de agora um debate sério sobre o conflito israelo-árabe que não passe por “The First 54 Years...”, de Avi Mograbi. É a História contada pelos seus torcionários