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Cultura

A montra do império. Viagem ao estranho mundo da Exposição Colonial do Porto de 1934

Avenidas para percorrer a pé, em comboio turístico ou teleférico atravessam as representações das colónias portuguesas. Aldeias inteiras, com centenas de habitantes vindos de África, foram improvisadas. Assim foi a Exposição Colonial do Porto de 1934

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Arcelina tem oito anos. Menina curiosa e de sorriso maroto, viaja de Vila do Conde até ao Porto. Os primeiros dias de verão trazem até à grande cidade a exposição de que todos falam. Entra nos Jardins do Palácio de Cristal, pela mão da mãe, professora do ensino primário. “Quando lá entrei gostei imenso. Entrei, e estavam muitos negros. Um grupo aqui, um grupo ali. Até tinham uma redinha. E eles estavam ali. Saiu uma menina pequenita que veio dar-me uma pulseira porque eu não tinha.” A história da pulseira fica para mais tarde. Logo à entrada, o inocente atropelo à verdade, que permitiu a Arcelina entrar sem pagar o bilhete. O acesso é gratuito para as crianças, até aos sete anos. Arcelina, do alto dos oito anos que a distingue dos demais petizes, tenta chamar a mãe à razão. Sem sucesso. “Não faz mal, és muito pequenina”, responde a mãe, já dentro do recinto.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.